Monday, May 22, 2006
NÉSCIO
REVISTA
PORTUGUESA
DE IDÂIAS
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44 págs
Impressão a laser em papel de 80 g
Capa em cartolina cinza de 160 g
Volante em papel amarelo de 80 g (bd e texto de Marcos Farrajota)
Cd Amálgama Sonora Nacional, com colagem sonora de Filipe Leote (Portugal, de Hermínia Silva aos Ocaso épico)
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Arranjo gráfico de José Feitor
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Colaboradores: Miguel Antunes, Luís Luís, Paulo Carvalho, João Bragança, Adolfo Luxúria Canibal, André Lemos, Bruno Borges, Joanna Latka, Luís Henriques, João Maio Pinto, Bàrbara Rof, Rosa Baptista, Filipe Abranches, Joana Figueiredo, Marcos Farrajota, Filipe Leote e José Feitor
APRESENTAÇÃO
O projecto Néscio nasceu com o propósito de fazer um exercício gráfico de observação e comentário sobre o quotidiano do país. Esta ideia resultou, sem dúvida, do contexto conjuntural que se vive em Portugal desde a década de 90: a estagnação económica, acentuada pela permanência dos quadros mentais do analfabeto-catolicismo e pela sensação angustiante do "isto não vai lá", têm criado um vazio que se projecta e expande pelos mais variados quadrantes da vida portuguesa. Aquilo a que a crescente ordem dos opinadeiros de jornal (outro sintoma de decadência) chama a "crise identitária".
Por outro lado apercebi-me que muitos dos artistas gráficos nascidos na ressaca de Abril e do Prec raramente tratam o país e os seus problemas no seu trabalho, preferindo muitas vezes lidar com a digestão das referências culturais e estéticas das culturas europeia e americana que marcaram a nossa geração.
O resultado prova que vale a pena transformar o quotidiano português numa fonte inesgotável de inspiração, tanto no que diz respeito aos conteúdos como às imagens.
Seguem-se algumas das págs. do Néscio
José Feitor
FA(R)DO
José Povo desfia as características do Homo Lusitanus, espécie endémica e migrante. Ilustração de José Feitor {págs. 8 e 9}.
OS PORTUGUESES VISTOS DE FORA
Quando se trata de olhar para Portugal e para os portugueses, o melhor é dar a palavra a quem, vindo de fora, melhor percebe as nossas idiossincrasias. Joanna Latka {Polónia} e Bàrbara Rof {Espanha} captaram de uma forma extremamente vívida algumas das particularidades que nos tornam únicos e detestáveis {págs. 18 e 19}.
O REINO DO BETÃO
João Maio Pinto numa visão quase onírica de uma realidade muito pouco poética: a ditadura do betão, dirigida por uma elite de patos bravos {págs. centrais}.
ÍCONES
Joana Figueiredo explorou dois ícones portugueses sem grandes afinidades: a senhora que supostamente surgiu em cima de uma árvore e o senhor do Rossio que surge volta e meia para nos encher a cabeça de pesadelos tal como a sua está cheia de deformidades {págs. 24 e 25}.
PORTUGAL DOS PEQUENITOS
Luís Luís {págs. 32 e 33} escreveu sobre aquilo que mais facilmente se esquece em Portugal: o interior do país. A ilustração é de Filipe Abranches.
REI BUNZO
A simbiose perfeita: a personagem do rei Bunzo, criada por Elzie Segar {criador do Popeye} e as impossíveis bojardas de Alberto João Jardim, numa apropriação gráfica de José Feitor {págs. 36 e 37}.